Prótese com terminações nervosas promete acabar com a dor fantasma

Homem que teve o pé amputado e tinha que tomar morfina para enfrentar a dor conta que sintomas desapareceram após colocar a prótese sensível.

O Fantástico foi à Áustria para mostrar uma invenção. É uma prótese sensível, com terminações nervosas e promete mudar a vida de muita gente.

Repara no gato mostrado no vídeo acima. Ele perdeu uma das patinhas. E ainda tenta cavar a areia. É claro que qualquer pessoa amputada saberia que perdeu um membro. Mas o cérebro, nem sempre. Muitos pacientes sentem a presença de um membro fantasma. Às vezes há coceira numa perna imaginária ou mesmo uma dor perturbadora. No Brasil, Reynaldo que faz adaptação para usar uma prótese comum, conhece muito bem o incômodo.

“De repente dá uma coceira, ia lá com a mão, aí minha família falava assim: está coçando? Não, mas eu estou sentindo coceira”, conta o promotor de eventos Reynaldo dos Santos.

“Quando você tem uma amputação, você tem parte daquela transmissão nervosa que leva a sensibilidade ao cérebro alterada, mas você tem parte dela funcionando, sendo que de uma forma desorganizada. Não todos os pacientes têm dor fantasma, mas muitos relatam isso”, explica a médica fisiatra Leila Castro.

Em geral, a dor fantasma é uma forte contração do membro imaginado. O cérebro checa o mapa do corpo, e como não teve retorno do local onde houve a amputação, manda contrair mais, mais e mais.

É como um prédio que tem circuito interno de TV. E de repente o sinal de uma dessas câmeras é cortado. A única coisa que chega na sala de controle, é apenas um ruído estático.

No laboratório da Universidade de Ciências Aplicadas de Linz, na Áustria, a equipe do professor Hubert Egger apresentou um invento revolucionário: uma prótese sensível. Hubert desviou as terminações nervosas que restaram do membro amputado até a superfície da coxa. Sensores sob a pele se comunicam por sinais com o painel na altura da panturrilha.

Ali há a troca de informações com outros seis sensores na sola do pé mecânico. O outro pé emite sinais que são comparados na prótese e ajudam o paciente a interpretar a textura da superfície. Ele sabe se pisa numa madeira, ou então numa superfície de gelo, reduzindo a chance de queda. A prótese sensível foi adaptada no corpo de Wolfgang Rangger. Ele foi amputado há oito anos, por causa de complicações de um AVC. Wolfgang conta que tomava morfina para enfrentar a dor e que conseguia dormir apenas duas horas por dia.

Wolfgang levou um susto quando sentiu o toque do pé no chão outra vez. Bastou alguns dias para a dor fantasma desaparecer. Ele diz que não conseguia fazer quase nada e agora se sente muito melhor.

Seis meses depois do implante, Wolfgang, anda de bicicleta e faz até escalada. O Fantástico perguntou se já era possível imaginar um homem biônico capaz de sentir cosquinhas nos pés. O professor respondeu que o objetivo dele era só a reabilitação de pessoas amputadas. Acabou fazendo mais do que isso: descobriu o sorriso por trás da dor.

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